Judicialização: o caminho estratégico para sobrevivência empresarial em tempos difíceis, com Carlos Alberto Arges Júnior

Aleksey Frolov
By Aleksey Frolov
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Carlos Alberto Arges Júnior

Conforme evidencia o advogado Carlos Alberto Arges Júnior, em momentos de instabilidade econômica, empresas de todos os portes enfrentam pressões simultâneas: queda de receitas, aumento de inadimplência, renegociação de contratos, e dificuldade de acesso a crédito. Esse ambiente volátil frequentemente gera rupturas em relações comerciais que, em tempos normais, seriam gerenciadas por meio de negociação e confiança mútua. 

A crise acirra interesses conflitantes — fornecedores exigem pagamento, clientes pedem prazos maiores, e parceiros buscam minimizar riscos —, criando um terreno fértil para a judicialização de disputas. A via judicial, apesar de lenta e onerosa, é vista muitas vezes como o único caminho para tentar preservar direitos ou evitar prejuízos irreparáveis.

Quais tipos de litígios empresariais crescem durante uma crise?

Durante períodos de recessão ou desaceleração econômica, o perfil dos litígios empresariais muda sensivelmente, explica o advogado Carlos Alberto Arges Júnior. As ações mais recorrentes envolvem revisões ou rescisões contratuais, execuções de dívidas, pedidos de recuperação judicial, disputas societárias e litígios trabalhistas decorrentes de demissões em massa. 

Carlos Alberto Arges Júnior
Carlos Alberto Arges Júnior

Com o aumento da inadimplência, empresas recorrem ao Judiciário para cobrar créditos e garantir a continuidade do negócio. Da mesma forma, cláusulas contratuais que antes pareciam claras passam a ser objeto de contestação, especialmente quando as partes alegam força maior, onerosidade excessiva ou impossibilidade de cumprimento devido à crise. 

A judicialização é sempre a melhor alternativa para empresas em dificuldades?

Embora seja uma ferramenta legítima, recorrer ao Judiciário nem sempre é a estratégia mais eficiente para resolver impasses empresariais. Para o advogado Carlos Alberto Arges Júnior, a morosidade dos tribunais, os custos processuais e os riscos de decisões desfavoráveis tornam a judicialização uma aposta de alto risco, sobretudo em tempos de crise. 

@carlosalbertoarge8

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Além disso, litígios judiciais muitas vezes deterioram relacionamentos comerciais que poderiam ser preservados por meio de soluções consensuais. Métodos alternativos de resolução de conflitos — como a mediação e a arbitragem — vêm ganhando espaço justamente por oferecerem maior confidencialidade e autonomia. O papel do departamento jurídico, nesse contexto, é avaliar com cuidado os impactos da judicialização não apenas sob o ponto de vista jurídico, mas também financeiro, estratégico e reputacional.

Como os tribunais têm reagido às demandas empresariais em contextos de crise?

O Judiciário brasileiro tem se mostrado sensível às especificidades de períodos de crise econômica, adotando posturas mais flexíveis e pragmáticas em diversas decisões. Casos emblemáticos de revisão de contratos de aluguel comercial, suspensão de cláusulas de multa por inadimplemento e concessão de tutelas para evitar a falência de empresas mostram que os tribunais compreendem o impacto sistêmico das decisões judiciais. 

Contudo, essa abertura exige das partes argumentos sólidos, documentação robusta e uma narrativa jurídica que demonstre boa-fé, tentativa de negociação prévia e impactos reais da crise. A jurisprudência tem evoluído no sentido de equilibrar os direitos das partes, sem comprometer a segurança jurídica, mas exige dos advogados maior preparo técnico e estratégico.

Por fim, segundo o advogado Carlos Alberto Arges Júnior, o departamento jurídico de uma empresa em crise precisa lidar com uma sobrecarga de demandas e decisões críticas. A atuação do jurídico corporativo vai muito além da simples defesa em juízo: é necessário estabelecer prioridades, avaliar riscos com precisão, negociar com credores e manter a operação em funcionamento. A transparência interna e o alinhamento estratégico, são fatores determinantes para o sucesso ou fracasso em tempos de judicialização intensa.

Instagram: @argesearges

LinkedIn: Carlos Alberto Arges Junior

Site: argesadvogados.com.br

Autor: Aleksey Frolov

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